sábado, 13 de fevereiro de 2010

O MALABARISTA

Ao lançar meus sonhos Acima
A esperar agarrá-los e lançar de novo,
Vejo-os espatifar em concreto e rima
E quebrar-se como se quebrasse um ovo.

Vejo-os quicar no Asfalto
De cara como quem cai,
Os que dançavam lá no Alto.
Vejo o malabares que vai

E volta pesado em minhas mãos
E segura-los não posso mais,
Passando entre meus braços e os vãos
Da minha Alma fraca demais.

E nos faróis a quem iludia,
Sinto-me mais ludibriado ainda
Pelos meus fracassos de noite e dia.
Vejo então que o número se finda.


(Samuel Macário; In: As Lágrimas do Palhaço. Setembro de 2009)

1 comentários:

F. 10 de setembro de 2012 às 11:09  

Samuel, promessa é dívida, e dívida, promessa escrita é poesia! Dá uma olhadinha no meu blog http://pilulapoetrix.blogspot.com/ hoje que tem um poetrix dedicado para você. Mais uma vez parabéns por esse lindo poema que complementou tão bem as minhas pobres três linhas. Bravo, Samuel!

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