quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Tiradentes

Hoje eu vou postar um poema de Gonçalves Ribeiro espero que gostem que reflitam
um abraço.


Tiradentes


Ei-lo, de pé, cansado e macilento,
fitando as grades da prisão maldita.
Tem preso o corpo, livre o pensamento,
e sonha ainda e ainda o sonho o agita.

Não teme a morte, que um herói não teme
senão a sorte amarga do país.
E se a alma chora e se o peito geme
é vendo a pátria escrava e infeliz.

Vai Morrer Tiradentes, eis a hora:
qual irmão trata o algoz que vai matar;
e o carrasco soluça e treme e chora
ante a vida de amor que vai tirar.

Vai morrer um gigante brasileiro
por querer livre a pátria que venera.
E se na forca a morte o vê primeiro,
a glória eterna dos heróis o espera.

Despedaçam-lhe o corpo cruelmente
os covardes sem pena, os vis tiranos,
crendo assim que ante o horror um povo
[crente
desistia dos sonhos soberanos.

- Tiradentes, teu vulto brilha tanto,
e esse brilho de ardor que nós invade,
diz que enquanto sentirmos teu encanto,
nós creremos com fé na liberdade!
(Gonçalves Ribeiro).

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