quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Ferréz- Ninguém é inocente em São Paulo


Ninguém é inocente em São Paulo.

Ferréz é um escritor que eu admiro. Não apenas pela luta que realiza ao lado dos oprimidos, mas também pela qualidade de seus escritos. Apesar de se apresentar como romancista, autor dos ótimos “Capão Pecado” e "Manual Prático do Ódio”, tem demonstrado grande talento para narrativas curtas, divulgadas em diversos meios de mídia, dos quais, o que vale citação, Caros Amigos. Esse livro peguei emprestado na biblioteca da FFLCH/USP, o que pode ter um significado positivo: Ferréz já está catalogado nos acervos da conservadora Univesidade de São Paulo, a elite ta lendo e estudando escritores da periferia.

Em Ninguém é inocente em São Paulo a periferia de São Paulo é apresentada nua e crua. No entanto isso não retira o bom humor de várias situações, como no conto “No Vaga”, em que dois trabalhadores desempregados dialogam sobre as enganações sofridas na tentativa de conseguir um emprego, batendo sempre nas vagas de vendas de seguro, planos dentários e outras robalheiras que se apresentam como esperança aos desesperados inocentes. Em “Buba e o muro social” a vida de um cão burguês é transformada quando seu dono, viciado em cocaína o utiliza para pagar dívida com o tráfico. Pela visão do narrador/cachorro temos um retrato da periferia, comparada com a vida sem sentido, do ser enjaulado no apartamento, sem perspectivas, amigos ou liberdade.

O que se sobressai do livro não é a violência, mas a crítica social, com um peso muito grande na esperança e no humanismo. Livro altamente recomendado, para qualquer situação e qualquer leitor.

Boa fonte de referência para a galera que procura algo sobre a verdadeira Literatura Marginal.

Fica a dica, do seu crítico literário da quebrada, para o Rebeliarte.

Edu

edukaw@hotmail.com

twitter.com/edukaw

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segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Receita para uma revolução!!!

Ingredientes, pessoas que acreditam na mudança e que lutam por ela, que tem esperança e não se conformam com o que está acontecendo. arte. literatura. Uma pitada dos livros dos maiores autores da história. Um microfone. Um espaço com gente que está na luta.

Misture tudo e fazemos um sarau histórico no dia 19/12/2009.

E aí vem gente com todo tipo de armamento pesado, do marginal, do rap, do afro, do erudito, do rock, foi uma mistura de tudo isso, de Sergio Vaz a Brecht, do mangue ao Olimpo. O espaço ficou pequeno pra tanta arte, pra tanta bala-poema, provavelmente seriamos pegos por porte ilegal e armamento pesado, tanta foi nossa munição poética.

O rebeliarte mostrou a face da ousadia, com a antologia dos poetas da periferia mostrou o calibre da bala e segurou o gatilho, disparando-o aos poucos em cada um que chegava, estes levantavam e ,também bem armados, disparavam, com mira certa, a queima roupa.

Morria então todo um mundo opressivo e devorador,
Nascia o sonho e a libertação, a arte e a revolução!

É com grande alegria e satisfação que celebramos nossa conquista, nossas guerras travadas, batalhas ganhas, e nossa ousadia.

O ano está acabando, mas a revolução começando. O REBELIARTE está aí para lutar e combater, com armas munidas e calibradas na mira só para disparar.

Foi muito bom ousar com vocês neste ano, mas ano que vem tem mais, pois a luta e sonho continuam.

Preparem e carreguem suas armas para 2010.

Um abraço a todos que ousaram conosco. Samuel Macário.

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domingo, 20 de dezembro de 2009

Poesia, política e resistência

Eu acredito na construção de uma nova sociedade. Acredito no resgate dos valores humanos. Acredito que o ser é mais importante que o ter. Acredito que a literatura é uma arma contra a alienação imposta pela sociedade contemporânea.

Tenho escrito alguns poemas, algo não comum. Sou teórico, estudo literatura, atuo nos movimentos da esquerda política. Mas agora escrevo poemas, também.
Vou postar um que eu publiquei na primeira coletânea do Rebeliarte. Trata de utopia, necessária, e revolução, obrigatória.

Revolução

Uma revolução não se faz só com armas
É preciso também coração.
O gosto amargo do meu poema político
É a bile do homem-máquina aprisionado em seu tempo.

Corro as unhas por sobre minha face plastificada,
Não sinto dor nem medo.

Cercas elétricas separam o escravo exausto do homem faminto.

Caminho descalço por entre vielas e becos,
Me misturo aos condenados da terra para uma nova jornada
Ao encontro da dignidade humana
e da paz universal

edukaw@hotmail.com
twitter.com/edukaw

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Pra lembrar de Celebrar

Dezoito horas e nenhum convidado ainda tinha chegado.
dezoito e quinze, e vinte, e trinta.
"Vamos começar assim mesmo, fazemos um sarau pra gente."
É começávamos então um sarau sem os convidados, mesmo estando presentes apenas os conhecidos, uma certa timidez amarrava as pessoas às cadeiras!
Um levantou puxou do bolso um poema e pronto, fogo na palha e o sarau começou.

Aos poucos o espaço foi ficando com calor de gente, gente de todo canto e o susto de todo o trabalho ter sido em vão começou a passar.
Manifestação de indignação, de sonho e de tantos outros sentimentos.
Brado em prol da arte independente, da arte que não é comércio, que não é mercadoria.
E o sarau foi esquentando, o povo já transitava pelo quadradão de cimento sem timidez, mal um saía e outro assumia o microfone, poesia, música, discurso, tudo oque um sarau de gente que vive do nosso lado precisa ter. O violão ja tocava, de repente apareceu um atabaque pra acompanhar, depois os bumbos e logo a musica afro tinha tomado conta e, a coisa estava tão boa que o espaço dali já não era suficiente e o povo tomou a rua, gente nos portões de casa com sorriso no rosto admirada com a beleza do som e da dança contagiante. Um sarau inspirador me fez transformar um poema em discurso.

Pra lembrar de celebrar.

Celebrar é viver a utopia de um palhaço, rir a gargalhada inocente da criança, atirar-se do alto esperando flutuar no ultimo instante, rir do susto e repetir o desvario, é pintar a cara de branco e outras cores e caminhar inconseqüente na corda bamba e sentir no fundo um prazer na aflição da platéia que vai rir do seu tombo na cama elástica. Celebrar é doar a arte a quem tem sede de beleza, é construir uma revolução mais bonita, mais poética. E se alguém disser que é estupidez dar a arte “de graça” a alguém… Com licença este estúpido quer falar.
Que a partir desse encontro de hoje que constata a nossa existência sejamos todos palhaços bêbados na corda bamba em praça pública sem medo da queda, cambaleando, trançando assustadoramente as pernas nos deixemos cair na rede que nos espera logo a baixo, celebrar é falar sem vergonha o que nos der na telha, é divertir-se enquanto se constrói grandes coisas. Celebrar pra despertar a platéia que dispersa não vê que o mundo passa, acontece e se contra nós se levanta podemos com a doçura de uma pintura infantil fabricarmos a mudança necessária e nos desprendermos de qualquer cativeiro que ouse nos limitar. Sejamos sim palhaços embriagados e com a liberdade que temos por sermos os palhaços dessa vez, digamos tudo aquilo que incomoda, tudo aquilo que santifica tantos e tantos profanos…
Que ao acordarmos todos os dias ou noite pra quem assim se fizer necessário, nos lembremos de celebrar e que sobretudo não tenhamos medo ainda da contradição, da beleza que essa tem, da contradição que nos faz encontrar a verdade. Não é mesmo assim que nos encontramos várias vezes? E que assim, celebrando e descobrindo, as coisas fiquem nítidas e levemos tantas outras pessoas a descobertas também. A partir desse momento vamos colocar fogo no circo e quando a lona derreter vamos sorrir, chorar, deslumbrar-se com a beleza das estrelas e quando a platéia vir a nossa loucura, a nossa pressa em espalhar fogo pelo terreno ela perceba que é a revolta circense, dos trapezistas e engolidores de facas, do homem bala e da mulher barbada. Essa trupe não quer mais animar, agora quer ser animada.

“A paz, a ciência, a essência, a poesia prevalece.
Se lembrar de celebrar muito mais” (Fernando Anitelli)

“Não acomodar com o que incomoda” (Fernando Anitelli)

Euber Ferrari

euber.ferrari@hotmail.com

twitter: EuberFerrari

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quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Esperança através da Arte...

Há pessoas que descobre velhinhas, que seus poemas podem ir longe, poemas de amor pela vida, poemas de esperança para quem não tem mais, poemas como um recado para quem está de braços cruzados esperando sentado, as coisas acontecerem, poemas apaixonados, poemas de relatos do que acontece na sociedade, poemas de desabafo, de chega não dá mais !!!
Olhando em nossa volta, tudo se faz um poema ou um conto, somos escravos desse sistema e nem todos percebem isso, não podemos aceitar calado. Que a nossa voz ecoe através das palvras escritas e de lugar em lugar vamos declamar em alto e bom som a nossa realidade!!!



SEMENTES




Cada dia aprendo mais,
e num instante não sou
mais eu.. O saber nos
transforma em pessoas
diferentes,
como as sementes que
germina com uma gota de
orvalho, somente.

Meu poema vou plantar
no coração dessa gente,
que descrente não acredita
que é possivel mudar
o pensamento de uma pessoa
através da arte declamada, somente.


(JÔ)

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quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Literatura e periferia, para lembrar

Segue abaixo um vídeo com algumas imagens e gravações que nós fizemos no
início do projeto. Para quem não lembra, foi um sarau sobre literatura e periferia que aconteceu em agosto deste ano.
A música é do Milton Nascimento, chama-se "Menestrel das Alagoas".
O arranjo eu fiz com a Jô.
Abraço.
edukaw@hotmail.com
twitter.com/edukaw

Menestrel das Alagoas

Milton Nascimento

Quem é esse viajante
Quem é esse menestrel
Que espalha esperança
E transforma sal em mel?
Quem é esse saltimbanco
Falando em rebelião
Como quem fala de amores
Para a moça do portão?
Quem é esse que penetra
No fundo do pantanal
Como quem vai manhãzinha
Buscar fruta no quintal?
Quem é esse que conhece
Alagoas e Gerais
E fala a língua do povo
Como ninguém fala mais?
Quem é esse?
De quem essa ira santa
Essa saúde civil
Que tocando a ferida
Redescobre o Brasil?
Quem é esse peregrino
Que caminha sem parar?
Quem é esse meu poeta
Que ninguém pode calar?
Quem é esse?

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terça-feira, 15 de dezembro de 2009

midinvasora

A literatura marginal tá aí faz tempo! Os movimentos de arte na periferia também (se bem que quase sem engajamento algum mas tão aí!)

Muitas lutas, e os poetas, escritores, músicos, graffiteiros penaram e muitos ainda penam!
O Racionais Mc's desde 1988.
Acontece que ultimamente a mídia resolveu falar disso também. O jornal "Agora" divulgou um roteiro dos principais lugares onde assistir um "sarau de periferia".
O Mano Brown, piloto do Racionais Mc's saiu na capa da revista Rolling Sotnes.
O que é que está acontecendo? A mídia cansou de fabricar talentos furados e resolveu atacar os lapidados a mãos artísticas e transformá-los também em mercadoria? Ou esse é o resultado de tantos anos de persistência atrás de voz por parte dos artistas renegados das periferias e bairros esquecidos?
Na verdade eu ainda nem digeri isso pra formar opinião, ultimamente meu processo de absorção de certas questões tem demorado bem mais! O que eu queria era saber o que os leitores desse blog pensam disso. Será que sou só eu que admiro uma certa reclusão artística?
Tudo bem em querer voz, mas por exemplo você daria entrevista à revista contigo?
É só um questionamento em breve volto com um texto bem elaborado sobre o que acho disso, mas antes queria que os leitores me ajudassem a digerir! Dêem sua opiniões!
Abraços

Twitter: EuberFerrari
euber.ferrari@hotmail.com

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domingo, 13 de dezembro de 2009

Só Marx salva

Só Marx salva

Miséria, fome, exploração
doenças, mea culpa, enganação
nas veredas dessa vida, não há água?
Não insista, leia, instrua-se,
atenção:

Muitos gritos no trabalho todo dia
refazer o que foi feito e novamente
repetir para aumentar o que já fiz
patrão, é dono e também juiz
o salário é a esmola permanente.

Na vergonha, no desprezo e na doença
o abandono do Estado na velhice
produzir o que lhe mandam,
“não lhes disse?”,
é a sina de quem nasce sem pertença.

Mas a vida do operário não termina
com a desgraça violenta da opressão
se entende que uma guerra se organiza
trabalho forçado, é o que precisa,
todo dono, todo senhor,
todo patrão.

A revolta incendeia a resistência
sem correntes, sem amarras, sem porretes
nova ordem, é a hora da vingança
é vermelho o som da esperança
agradável a social independência.

(Edu - edukaw@hotmail.com)

Tô tomando gosto - dá-lhes poemas revolucionários!!!

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sábado, 12 de dezembro de 2009

A Revolução através da arte

Quanta mudança
Alcança o nosso ser
Posso ser assim,
Daqui a pouco não.

Quanta mudança
Alcança o nosso ser
Posso ser assim,
Daqui a pouco...

Se agregar não é segregar;
Se agora for, foi-se a hora.
Dispensar não é não-pensar;
Se saciou, foi-se embora.

Quanta mudança
Alcança o nosso ser
Posso ser assim,
Daqui a pouco não.

Quanta mudança
Alcança o nosso ser
Posso ser assim,
Daqui a pouco...

Se lembrar não é celebrar;
Dura é a dor quando aflora.
Esquecer não é perdoar;
Se consagrou, sangra agora.

Quanta mudança
Alcança o nosso ser
Posso ser assim,
Daqui a pouco não.

Quanta mudança
Alcança o nosso ser
Posso ser assim...

Tempo de dar colo,
Tempo de decolar.

O que há é o que é;
E o que será
Nascerá, nascerá.

Tempo de dar colo,
Tempo de decolar.

O que há é o que é;
E o que será
Nascerá... Será?

Reciclar a palavra,
O telhado e o porão;
Reinventar tantas outras
Notas musicais.

Escreever um pretexto,
Um prefácio e um refrão
Ser essência muito mais.

Ser essência muito mais
A porta aberta, o porto,
A casa, o caos, o cais.

Se lembrar de celebrar muito mais.

Muito mais...
A ciência, a essência,
A poesia prevalece...

Tá certo que o nosso mal
Jeito foi vital
Pra dispensar o nosso tom;
O nosso som pausou.

E por tanta exposição
A disposição cansou.
Secou da fonte da paciência
E nossa excelência ficou lá fora.

Solução é a solidão de nós.
Deixe eu me livrar das minhas marcas;
Deixe eu me lembrar de criar asas.

Deixa que esse verão eu faço só.
Deixa que esse verão eu faço só.
Deixa que nesse verão eu faço sol.

Só me resta agora acreditar
Que esse encontro que se deu
Não nos traduziu melhor.

A conta da saudade
Quem é que paga?
Já que estamos brigados de nada;
Já que estamos fincados em dor.

Lembra o que valeu a pena
Foi nossa cena não ter pressa pra passar.

(Fernando Anitelli – O Teatro Mágico)

O Teatro Mágico está fazendo história na arte independente, comemora nesse final de semana árduos seis anos de independência.
E eu considero essa letra deles, praticamente um hino da revolução a partir da arte. "Se lembrar de Celebrar muito mais!" Que o nosso sarau seja mais uma grande celebração dessa futura revolução em que passamos fazer parte do exército!

É preciso ousar, é precisa ter coragem de dizer, é preciso ousar reinventar a ordem das coisas para se construir um futuro um tanto quanto melhor!

Observação: o vídeo não é o da musica que postei! hehehe

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quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Participe do Sarau!!!!




É isso ai, venha conhecer mais de perto nosso trabalho. Se tiver poemas guardados, traga. Se tiver algum poema que você goste, venha compartilhar conosco. Ou apenas venha assistir, quem sabe você não saia inspirado a compor seus próprios textos. São todos bem vindos aqui.

Rebeliarte é de todos e está em todo lugar.

Endereço:

Para dar uma esquentada, fiquem com um poema do Ferreira Gullar que o Samuel escolheu e acabou ficando fora do panfleto.
(Edu - edukaw@hotmail.com)


Subversiva

A poesia
quando chega
não respeita nada.
Nem pai nem mãe.
Quando ela chega
de qualquer de seus abismos
desconhece o Estado e a Sociedade Civil
infringe o Código de Águas
relincha
como puta
nova
em frente ao Palácio da Alvorada.

E só depois
reconsidera: beija
nos olhos os que ganham mal
embala no colo
os que têm sede de felicidade
e de justiça

E promete incendiar o país

(Ferreira Gullar)

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quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Relato do Último Encontro do Rebeliarte no Espaço Cultural Carlos Marighella, dia 05/12/09

PESSOAL, decidi excluir o texto que aqui publiquei a respeito do último encontro de alguns integrantes do grupo Rebeliarte no Espaço Cultural, neste último sábado, dia 5/12. O texto agora está postado em tópicos na página do orkut do Rebeliarte, no fórum "Idéias sobre o sarau!". Leiam!

Deixo aqui apenas um aviso urgente e dois poemas-presentes de minha autoria.

UM ÚLTIMO AVISO

O Espaço Cultural Carlos Marighella está pensando em realizar neste mesmo dia do Sarau a Confraternização de Fim de Ano e aí eu gostaria de saber se há algum problema em realizarmos nosso sarau uma hora mais cedo, a partir das 17 horas, para finalizá-lo às 20 horas. A Marriete conversou com o Edú, por telefone, e ele, a princípio, não viu nenhum problema. Eu precisava de saber de vocês: O que acham? O problema é que o Espaço está sem outra data para fazer a confraternização e se começar às 21 horas terminará muito tarde.

Bom pessoal, acho que foi isso (Se faltou algo, os meninos, que também participaram do encontro, complementam. Agora é com vocês: leiam e vejam se a proposta que tiramos é legal ou não, sugiram ajustes, fiquem à vontade.

Grande abraço a todos e todas.

Fábio Pinheiro.


POEMAS-PRESENTES


GRÁVIDO

Visto os meus poemas
Ou você os quer nus?
‘Cê sabe
um poeta grávido de dor
vomita o que é ácido, amargo,
azedo, áspero e rude.
Grávido, um poeta
vomita o que é puro e sem disfarce.


FÁBIO PINHEIRO

ALÉM DE!

além de além de além de negro
além de além de além de pobre
além de além de além de feio
além de além de além estranho
além de além de além de tantas vezes fudido,
apaixonado por outro alguém igual.

negro, pobre, feio, estranho e apaixonado fudido.

FÁBIO PINHEIRO

Poema para as crianças

PARA VER ESTRELAS


Subir montanha
vasculhar céu
e varrer nuvens cinzas
para ver estrelas.

FÁBIO PINHEIRO


Peço que opinem a respeito dos poemas, principalmente este penúltimo, pois penso em publicá-lo.

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TEMPO...

Venho de longe, de um lugar muito quente
cresci com os pés num chão, onde não crescia
nada.

O tempo parecia não passar naquele lugar,tudo
sempre igual.

Mas, houve uma mudança inesperada, onde os ventos
me trouxeram para um lugar frio, onde a neblina
molhava o meu rosto.

O tempo foi responsável pela mudança, ele
nunca parou e nunca vai parar.
Ele vem trazendo o futuro lentamente.




Estamos no final de um ano, o tempo não parou, grandes acontecimentos nos trouxeram experiências e muitas trocas, estamos fortes! E tenho certeza que preparados para mais um ano juntos com muitas esperanças de coisas grandes ! Que no próximo ano possamos ampliar o número dessa equipe.
Mais ainda não acabou, vamos encerrar o ano com um " SARAU " onde serão recitados os poemas criados nos encontros de arte e literatura, onde também surgiu o nome "REBELIARTE " o objetivo é produzir poemas com militancia politíca.
O poema que escrevi acima não é politíco, falo do tempo que eu não percebia passar quando estava na minha terra "Paraiba" e quando cheguei em São Paulo garoava muito e fazia muito frio, um verdadeiro contraste!
Demorei muito para entender as coisas, e entender as pessoas... mais o tempo, o tempo me ajudou muito.

(JÔ)(canteiro de poesia)

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domingo, 6 de dezembro de 2009

Independência

Ontem era meu dia de postar, eu estava num correria lascada, trabalhei de dia, fui à um evento do teatro e não deu tempo de passar por aqui, resolvi postar hoje, decidido sobre o tema,mas nem sei como escrever (haha).
Vamos lá.
A grande mídia está sempre querendo criar novos artistas,novos talentos fabricados, e muitas vezes com muitos defeitos de fabricação, isso quando não são produtos extremamente supérfluos. É nessa que um bando de gente se enfia num estúdio-casa, num sitiozinho, numa mansão esquisita e sai de lá transformado em artista, como num processo de metamorfose. Aqui fora são só lagartas, se enclausuram num casulo e saem de lá artistas já achando que são o momento, que são notícia, que podem formar opinião, participar de debates que acham úteis e até mesmo fazer arte. Mas não trazem nada de nada, no verdadeiro processo de metamorfose deles tudo o que podia haver ali não há, eles são apenas as cascas dos próprios casulos e o que podia haver de conteúdo virou borboleta e foi embora.
Aí é que vem o Artista, o artista que caminha com as próprias pernas, esse artista (de verdade) é diferente, dentro dele deve vir junto o debate, a militância. Nós não devemos ser só artistas, devemos ser militantes da arte. Nós devemos ter essa consciência, ainda por que o artista já não é mais tão sinônimo de boa coisa hoje em dia, está virando comércio, e até atriz(ator) pornô é artista, agora respondam pra si próprios: "Que arte pode existir em fazer sexo na frente das câmeras?" Tem gente que vai argumentar, que há trabalho de fotografia, de escolha de ângulos pra ficar perfeito, tem até entrevista de uma certa falecida em que ela dizia que houve um trabalho pesado de interpretação, que até ensinou algumas coisas de interpretação pro elenco do filme pornô que fez, e que no caso dela tinha enredo, que as cenas de sexo tinham razão pra acontecer, mas não. Não era um filme com enredo que tinha cenas de sexo, era um filme de sexo que tinha traços de enredo. Que arte há nisso? É comércio, quem paga aparece, quem não paga faz pornô pra aparecer, e quem ama a arte e sonha com o novo faz arte de verdade, milita por ela e conquista o povo apenas com a simplicidade de ser da arte.
Esse é o caminho da independência, é importante trazer esse debate pra superfície, não deixar escondido nas salas de reunião onde as pessoas que estão presentes já sabem de tudo isso. Eu passo na banca vejo a “Caros Amigos” a “Fórum” e compro por que já sei o que encontrar, já sei que tipo de coisa vou ler e na maioria das vezes concordo com o que leio, mas não é pra mim nem pras pessoas que já têm essa consciência que esse tipo de debate tem que ser direcionado, ele deve ser levado a um ponto onde os leigos estejam presentes, se não vira troca de figurinhas, vira papo cabeça na sala. É aí que entra a militância, sair do banco e partir pra ação, seja num conflito verbal na rua, na sala de aula, no ônibus ou seja numa invasão de espaço, o debate e a consciência militante deve ser levado onde ele ainda não chegou, daí então estará se partindo pra uma construção nova de sociedade, caso contrário é em vão!
O mecanismo para a liberdade artística está nas mãos, Nunca se teve tanta liberdade! O segredo é não parar de produzir!

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sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Um poema da margem esquerda.

Novos tempos

A soprar novos ares à esquerda
imortais lembranças de outrora
meus herois, que tombaram na alameda
aguardam ao tempo da desforra.

Sorriem hienas descaradas
em seus ternos-engomados-competentes
à pobreza, lançam sobras esbanjadas
escarram no mendigo, no carente.

Ilustres construtores da opressão
mestres da mentira original
o que gera a riqueza é a miséria
a consciência é o que derrota o capital.

Bem vivos estão em minha gente
Che Guevara, Marighella, Lampião,
Conselheiro no arraial valente
Zumbi, o orgulho da nação.

A vitória aguarda alegremente
a coragem dos filhos do cansaço
seremos povo livre-independente
se olharmos para adiante no espaço.

Então custa a nós mesmos refazer
o trabalho de nossos ilustres sonhadores
para uma vida de ódio, o prazer
de sermos nós libertadores.

(Edu)

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terça-feira, 1 de dezembro de 2009

EDUCAÇÃO E MILITÂNCIA

Hoje acordei com espírito de Gramsci, Emília Ferreiro, Freinet, Paulo Freire.
Vi hoje, e todos os dias, de tempos para cá, que o sonho de se construir um mundo com uma grande educação é possível.
Talvez hoje muita gente me diga que sou louco por querer ser professor, ainda mais de português, dizem frases do tipo "faça uma coisa que dá dinheiro", "faça medicina ou direito", gente vil e suja essa, o que os olhos olham é somente a cobiça, o auto-engrandecer do próprio ego, permitam-me a redundância, olham somente para seus bolsos, e querem que sejamos iguais. Mas eu acredito, e talvez eu seja sonhador demais, acredito na educação, que podemos fazer uma educação diferente, não uma que passe no vestibular, mas uma que construa o cidadão, que luta, que sonha, que não vive preso ao sistema, mas se rebela contra ele, acredito da educação como militância, assim como Marcos Bagno.
É preciso que se dê mais valor ao professor e ao ensino, se isso um dia acabar, não existirá mais médico, pois, o médico passa por nossas mãos antes de tornar-se médico, nem haverá mais advogados, pois, eles antes precisam aprender com esse ser desprezado que tem em seu poder lousa e giz.
REBELIARTE, que acredita na ousadia, acredita também que se pode fazer um mundo melhor através da educação, pois, educar já é ousar.
Não sei se pude exprimir com essas poucas e rudes palavras meu sonho e minha luta. Mas digo que essa é minha estrada, rumo a fazer crescer novas pessoas que rumem nessa rota e que lutem, e que sonhem, e que não acreditem nisso que anda errado, mas possam gritar o ideal de um novo amanhã.

Um abraço a todos, e vamos sempre, através de nossos ideais, ousar!!!! (Samuel Macário sam.macario@gmail.com)

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