domingo, 6 de dezembro de 2009

Independência

Ontem era meu dia de postar, eu estava num correria lascada, trabalhei de dia, fui à um evento do teatro e não deu tempo de passar por aqui, resolvi postar hoje, decidido sobre o tema,mas nem sei como escrever (haha).
Vamos lá.
A grande mídia está sempre querendo criar novos artistas,novos talentos fabricados, e muitas vezes com muitos defeitos de fabricação, isso quando não são produtos extremamente supérfluos. É nessa que um bando de gente se enfia num estúdio-casa, num sitiozinho, numa mansão esquisita e sai de lá transformado em artista, como num processo de metamorfose. Aqui fora são só lagartas, se enclausuram num casulo e saem de lá artistas já achando que são o momento, que são notícia, que podem formar opinião, participar de debates que acham úteis e até mesmo fazer arte. Mas não trazem nada de nada, no verdadeiro processo de metamorfose deles tudo o que podia haver ali não há, eles são apenas as cascas dos próprios casulos e o que podia haver de conteúdo virou borboleta e foi embora.
Aí é que vem o Artista, o artista que caminha com as próprias pernas, esse artista (de verdade) é diferente, dentro dele deve vir junto o debate, a militância. Nós não devemos ser só artistas, devemos ser militantes da arte. Nós devemos ter essa consciência, ainda por que o artista já não é mais tão sinônimo de boa coisa hoje em dia, está virando comércio, e até atriz(ator) pornô é artista, agora respondam pra si próprios: "Que arte pode existir em fazer sexo na frente das câmeras?" Tem gente que vai argumentar, que há trabalho de fotografia, de escolha de ângulos pra ficar perfeito, tem até entrevista de uma certa falecida em que ela dizia que houve um trabalho pesado de interpretação, que até ensinou algumas coisas de interpretação pro elenco do filme pornô que fez, e que no caso dela tinha enredo, que as cenas de sexo tinham razão pra acontecer, mas não. Não era um filme com enredo que tinha cenas de sexo, era um filme de sexo que tinha traços de enredo. Que arte há nisso? É comércio, quem paga aparece, quem não paga faz pornô pra aparecer, e quem ama a arte e sonha com o novo faz arte de verdade, milita por ela e conquista o povo apenas com a simplicidade de ser da arte.
Esse é o caminho da independência, é importante trazer esse debate pra superfície, não deixar escondido nas salas de reunião onde as pessoas que estão presentes já sabem de tudo isso. Eu passo na banca vejo a “Caros Amigos” a “Fórum” e compro por que já sei o que encontrar, já sei que tipo de coisa vou ler e na maioria das vezes concordo com o que leio, mas não é pra mim nem pras pessoas que já têm essa consciência que esse tipo de debate tem que ser direcionado, ele deve ser levado a um ponto onde os leigos estejam presentes, se não vira troca de figurinhas, vira papo cabeça na sala. É aí que entra a militância, sair do banco e partir pra ação, seja num conflito verbal na rua, na sala de aula, no ônibus ou seja numa invasão de espaço, o debate e a consciência militante deve ser levado onde ele ainda não chegou, daí então estará se partindo pra uma construção nova de sociedade, caso contrário é em vão!
O mecanismo para a liberdade artística está nas mãos, Nunca se teve tanta liberdade! O segredo é não parar de produzir!

1 comentários:

Eduardo Kawamura 6 de dezembro de 2009 às 22:14  

Nosso maior desafio é a rua. Ir de encontro ao povo. Este é o desafio do artista, do verdadeiro revolucionário, este é o nosso desafio.
Rebelar-se do modelo, do que é estabelecido como certo.
Rebelião e arte.

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