segunda-feira, 23 de novembro de 2009

TRAPÉZIO

Tava na hora de postar esse poema, que foi um dos primeiros a ser lido nos encontros. Esse poema é um retrato do artista que se vê frustrado acima do trapézio e começa a cair, a queda é tão alta e forte, que nesse cair surge um poema, talvez o último de sua existência como artista. Retrata bem um dos meus temas favoritos que é o circo, além dessa arte cheia de escuridade e tragédia. recomendo ai a vcs que entrem no meu blog, que é exatamente voltado para a produção poética e sempre tratando do tema circence (um circo meio obscuro...rsrs). ta ai o link:

http://fluoxetinaprapalhaco.blogspot.com/




TRAPÉZIO

Em silêncio a platéia espera.
Em três quedas o palco partiu-se
O trapézio que segurava não era
Tão forte quanto o destino disse.

Acima de todos cai a primeira
Do alto ao olhar o redor a seguinte veio
Então às quedas a alma se rendera
E enquanto caía ainda naquele meio

Veio então chegando a queda maior,
O chão chamava para o desfecho,
E caindo olhava o esplendor ao redor
Num grande portão sem trinco e fêcho.

O chão puxava uma queda que não achava o chão,
O tamanho do tombo foi tão grande e feio
Que antes de cair já não existia vestígio do coração,
Então com a última queda deixou-o tão cheio,

Seu barulho como de um trovão estilhaçado
Um terremoto nesse momento treme o chão.
Em trevas cobriu-se um barulho por todo lado,
A alma caída, o corpo que dorme em vão.

Em vão o rosto olha ensangüentado,
Os olhos sem expressão, boca muda não dizia
Depois disso de repente as luzes do
Circo apagaram, de repente a platéia silencia.



Um abraço a todos que tem ousadia. Samuel Macário.

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