Halloween
Dia 31 de agosto, fui na casa do Edu discutir umas idéias que estavam me fritando a mente.
Dia 31 de agosto, fui na casa do Edu discutir umas idéias que estavam me fritando a mente.
Já faz um tempinho eu gravei com a Jô uma música do Geraldo Vandré que ficou marcada como hino da resistência ao regime militar. Pra não dizer que não falei das flores não é apenas uma grande composição de MPB. É um grito de guerra, um chamado à luta, à organização. Sempre que escuto lembro de todos os atos públicos dos quais participei. Greves, manifestações, ou qualquer sentimento de indignação não reprimido.
Caminhando e cantando
E seguindo a canção
Somos todos iguais
Braços dados ou não
Nas escolas, nas ruas
Campos, construções
Caminhando e cantando
E seguindo a canção...
Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer...(2x)
Pelos campos há fome
Em grandes plantações
Pelas ruas marchando
Indecisos cordões
Ainda fazem da flor
Seu mais forte refrão
E acreditam nas flores
Vencendo o canhão...
Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer...(2x)
Há soldados armados
Amados ou não
Quase todos perdidos
De armas na mão
Nos quartéis lhes ensinam
Uma antiga lição:
De morrer pela pátria
E viver sem razão...
Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer...(2x)
Nas escolas, nas ruas
Campos, construções
Somos todos soldados
Armados ou não
Caminhando e cantando
E seguindo a canção
Somos todos iguais
Braços dados ou não...
Os amores na mente
As flores no chão
A certeza na frente
A história na mão
Caminhando e cantando
E seguindo a canção
Aprendendo e ensinando
Uma nova lição...
Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer...(4x)
Daqui a 1 bilhão de anos, talvez até antes disso, os seres que aqui habitar, vão descobrir o que causou a extinção de seres de uma inteligência tão avançada, vão descobrir que eles poderiam ter sobrevivido por décadas e décadas se não fosse o desejo interior que sempre lhes perseguia que era de querer sempre ser melhor que o próximo e por este motivo, na maioria das vezes era muito dificil para eles, dividir alguma coisa com alguém e isso eu falo de modo geral, pois, inclui amor, compaixão, saber, arte e até o pão. Essa descoberta foi de grande importancia para esses habitantes e prometeram que jamais cometeriam o mesmo erro. Essa história é de simples ficção, mais pode se tornar real se não tomarmos uma postura de vida diferente da que vivemos completamente egoísta e individualista, o que temos, queremos guardar, com medo de alguém roubar.
Eaê Rebeliarte!
Esta é a primeira vez que escrevo no Blogger, aproveito o momento para expor um pouco o que penso e sinto em relação aos nossos encontros:
Os Encontros de Arte e Literatura foram para mim um impulso ao desejo de expressão, algo incontrolável no ser humano, nunca se esgota, apenas se inibe às vezes. Unir todos estes anseios, manifestados em várias linguagens artísticas, num Espaço que compreende que o avanço na consciência política dos sujeitos é necessário para alcançarmos um mundo mais coletivo e justo, já aponta, por parte do grupo, algo muito além de passar tardes entrelaçado em poesia e arte.
Isso é muito bom!
Bom, agora quero aproveitar mais ainda este momento para publicar a Carta Manifesto que , em virtude dos 40 anos depois, MARIGHELLA VIVE!, a Coordenação do Espaço Cultural Carlos Marighella escreveu.
Acabou de sair do forno, espero que gostem e participem do nosso evento no próximo domingo às 15 horas. Haverá muitas atividades: Bingo de livros, Bate papo sobre o Marighella, Música, Comes e Bebes a preços populares e muito mais.
Contato:
Eis o poema dedicado ao nosso grande lutador, um dos maiores nomes na luta contra ditadura, e um símbolo de luta na nossa luta de hoje. Em homenagem aos 40 anos de sua morte que se comemora no proximo dia 4/11, eis o poema lido na tarde do dia 24/10/2009
Luta
(a Carlos Marighella)
No campo travo luta real
Com armas, socos, pedra e caneta.
Luto diferentemente pelo sonho do igual,
Sonho onde não haja sangue e sarjeta.
Sonho com um verso - Rápido Cometa.
E mesmo que venham eles como vendaval
Munidos de fardas e escopeta,
Estarei pronto ao tiro. Meu poema leal
Não foge ao combate, valoroso guerrilheiro
Com palavras, munição infinita na luta,
E mesmo que infinita também a disputa
Meu sangue e verso se entregará inteiro.
Lutarei para provar da minha própria fruta,
Para um dia berrar alto e forte meu verso Brasileiro.
(Samuel Macário)
Abraços a todos.
(Samuel Macário - sam.macario@gmail.com)
Dia dez rola uma conversa sobre mercantilização da cultura e depois de tanta pensar em "sobre o que postar" resolvi arriscar clarear um pouco o tema só pra tentar fundamentar a discussão já que provavelmente não poderei estar presente.
NO RESTAURANTE
Um americano
Na mesa se enfartando.
Um italiano
Comia conversando.
Um português
Nada entendia,
Enquanto um francês
Um vinho bebia
Para o inglês que sorria
Do russo fumando charuto
Com a vodka que engolia.
Um alemão sem assunto
Se enchia de cerveja.
Um brasileiro com sua bandeja
Apenas servindo,
Fingia estar sorrindo.
(Jefferson Santana)
Esse é um cara que conheci no curso de Letras, hj amigo meu e já se tornou um dos meus poetas favoritos. Peço desculpas a ele, pois, não pedi permissão para postar esse poema, mas eu preciso falar desse cara, que além de grande amigo é também grandioso na literatura.
O cara cresceu na periferia como a gente, precisamente na zona sul, Jd Angêla, acho que o bairro é esse né, se não for peço pra que o próprio corrija. rsrs... Eu to na sede pra levar esse muleke pro Marighella, infelizmente pra ele tá corrido, mto trampo, mas tenho certeza que ele já é parte de nós, e qualquer dia aí vai nos prestigiar com seus gradiosos textos. De resto estou indicando o cara que além de meu amigo é fera na literatura e grande principalmente na nossa literatura marginal e engajada. Um abraço a ele e a todos ai.
Lembrando que amanhã dia 24/10 a partir das 15:00 temos nosso encontro, nossa luta continua amanhã, é assim mesmo, vamos construir nosso mundo com arte e ousadia. Um abraço.
(Samuel Macário)
Vem coisa boa por ai.
Uma luta que travamos, uma luta em que palavras são lâminas ou tiros, entenda vc como quiser.
Contra quem? A favor de quem?
Lutamos contra a tirânia, a opressão, o que nos desmotiva, contra a desigualdade, contra a manipulação do nosso sustento, de nossos familiares, de nossa arte, de nossas vidas. Lutamos contra essa sub-vida que levamos dependendo do patrão para por feijão no nosso prato, essa sub-arte vendida como corpo q se expõe nas ruas, é contra isso q lutamos.
Lutamos em favor da causa de quem luta por uma vida digna, por quem trampa o dia todo para pôr alimento na mesa para o filho, lutamos pelo palhaço que quando tira a maquiagem e o nariz vermelho e descalça as risadas se veste de lágrimas, lutamos pelo grito que está preso na arte, como uma pássaro no alçapão, mas logo escapará liberto. Lutamos por vcs filhos e filhas do Brasil que ainda sonham e continuarão sonhando e buscando. Luamos por vcs que ousam sonhar e ousam fazer arte e ousam acreditar e ousam fazer diferença para que o mundo seja mais igual.
Vejam esse poema de Carlos Drummondo de Andrade.
http://letras.terra.com.br/carlos-drummond-de-andrade/818514/
Hoje meu post vai ser apenas esse texto. Lembrando q dia 24/10/2009 a partir das 15:00 temos nosso encontro com mta arte e revolução. Espero vcs lá minha gente. Fmz abraços e até lá. (Samuel Macário)
Dessa vez vou postar um poema meu, que acho que fala por si só!
O que cabe?
Só cabe no poema tristeza
sorriso
com pouca beleza
por o que não precisava ter
cabe
no poema o que não se vê
e não se tem
por não pensar nem lutar pelo que se veria
cabe no poema
ele eles elas ela
menos eu tu nós
tá sem espaço no poema
pra nossa voz
mas como no ventre da mãe
apertados sobrevivemos
e depois da espera
por alimentação direta
saímos e vimos à luz
o poema será o grito da liberdade
e do espaço
pois passaremos a caber nele!
Euber Ferrari
Segundo fontes: http://www.brasildefato.com.br/v01/agencia/cultura/mostra-apresenta--a-cultura-da-periferia-de-sao-paulo
O evento vai ser bom galera então compareçam quem puder. Um salve pra grande Guaianases e pra toda gente de ousadia do espaço cultural Carlos Marighella. Fiquem também com um vídeo de Sergio Vaz.
http://www.youtube.com/watch?v=LKwwwok2clw
Um grande abraço a todos os artistas de ousadia.
Mostra apresenta a cultura da periferia de São Paulo
Literatura marginal, ta aí uma letra que gosto muito! Mudar o mundo é impossível é o que a maioria diz Eu acho que realmente o presidente acha que o povo passa fome Será q alguém pode me esclarecer
Engole a dor engole o ódio e tenta ser feliz
Muitas vezes já pensei sinceramente em desistir
Nessas idas e vindas da minha vida... certo dia numa esquina
Fui separar uma briga dois moleques de rua
Roupa velha toda suja, naquela calçada imunda
Retrato do descaso produto da miséria
O clima se acalmou e nos trocamos uma idéia
No final perguntaram quem eu era
Sou aliado g do grupo face da morte
Graças a Deus tenho família mano, eu tive outra sorte
E o moleque cantou um trecho do tático cinza
E perguntou pra mim você já fez show lá em brasília?
Eu respondi que sim... ele todo sorridente
Então quando voltá lá leva um recado ao presidente
Pra não deixar mais a policia vir aqui bater na gente
Mandar comida pro sertão que o povo tá passando fome
Aqui a gente se vira roubando bolsa de madame então
Vi os olhos deles brilhar
Mesmo sem ter um lugar pro coitado se abrigar
Do frio e da chuva apesar
De sua coberta ser a lua ele é o futuro da nação
É a esperança deitada numa cama de papelão
Que divide a calçada com os vira-latas
Que atravessa as madrugadas geladas e tem amor no coração
E ainda pensa na fome dos irmãos do sertão
Infelizmente essa é sua rotina
Dessa maneira leva a vida ate a próxima chacina
Ele é apenas mais um que o imperialismo extermina
É por essa e outras que não posso parar
Preciso continuar minha luta contra isso
Já sei qual o caminho
Já conheço o inimigo
To ligado sangue bom também sou cheio de defeitos
Mas não posso me cansar porque não tenho esse direito!(2x)
Só de sacanagem só pra derrubar sua popularidade
Realmente ele é Um Covarde!
Quando Cabral chegou gritou "terra a vista"
Puta que pariu Hoje é a prazo que ele vende o brasil!
Às vezes eu paro e reparo e começo a pensar
Refletir sobre essa Guerra e analisar os fatores
Geradores da miséria não tem Como não esbarrar na questão agrária
Uma senhora certa vez me Perguntou se eu era
A favor dos sem terras... mas é claro que eu sou, com muito orgulho
Ela me disse eu também não sou contra
Mas pra que tanto barulho, bagunça?
Eu acho que eles agem errado, é
Quem tem dinheiro não conhece o desespero que existe por ai
tipo Lá no Piauí do Oiapoc ao Chuí... é fácil para julgar
quero ver a Senhora ficar
três dias sem comer sua barriga vai roncar ai vai Ser outro barulho que vai te incomodar, você morre de fome ou Vai roubar!
De repente se pá vai tirar sua bunda gorda do sofá
vai correr Junto dos caras para também se manifestar...
Me desculpa sangue bom eu preciso desabafar minha tristeza, minhas dores
eu consigo extravasar através das lágrimas
até Mesmo num sorriso
o que eu carrego comigo são as dores dos Outros
disposição até o osso não me falta pra lutar!
Não sou exagerado por pensar desse jeito
Sou um doido sonhador que busca um mundo perfeito
To ligado sangue bom também sou cheio de defeitos
Más não posso me cansar porque não tenho esse direito
o que se faz com um bilhão que um Milhão não possa fazer?
só pode ser essa ganância elitista
Somos o maior país da América latina más fazemos tudo errado
somos o maior e temos o menor salário.
A América do norte quando libertou os escravos
ainda deixou 40 Alqueires e uma mula aos humilhados.
Más por aqui como sempre a ganância vem primeiro!
Rapidinho... rapidinho aprovaram a lei vergueiro
para fuder como Os poceiros garantindo a terra título
e não pela ocupação
Aí libertaram os escravos e jogaram na miséria
criando assim Nossos primeiros sem terras!
Onde um dia foi quilombo hoje em dia é favela
Estabelecida sobre a terra, mais abaixo da miséria infelizmente
É o que sobrou pra nossa gente...
Para mim a favela é um acampamento permanente
que ainda não se Organizou politicamente francamente
é um absurdo ver o povo
Vivendo a beira de tudo e não ter acesso a nada
vivendo em meio Às cruzes à beira da estrada
movimentada por onde passa
quem tem A onde ir
não sei como mesmo assim encontram forças pra sorrir
São brasileiros tanto quanto eu e você
Só querem terra pra plantar o que comer
São puxadores de inchada que infelizmente não tem pátria seu moço
Se deus não tiver dó amanhã não tem almoço
É impossível ver isso tudo e me fingir de cego e surdo
Sozinho é impossível
então vamos todos juntos
Se cada um de nos fizer sua parte A gente muda esse mundo
To ligado sangue bom também sou cheio de defeitos
Más não posso me cansar porque não tenho esse direito!
Salve galera mais poética da leste!
Quase que não posto hj, devo confessar que estava meio sem idéia. Então vou falar a vcs um prouco sobre o Cooperifa, projeto liderado pelo grande poeta Sérgio Vaz. Projeto que serve como base para o nosso projeto no Marighella.
Sergio Vaz é um poeta de batalha, transformou um bar no extremo sul de São Paulo em casa cultural, no qual todas as quartas as 21:00, numerosos outros batalhadores da arte se encontram só pra declamar poemas, gente uma coisa linda de se ver, eu me emocionei estando lá, não vejo a hora de retornar, o grande problema é a distância, é quase outro país para nós, e devo confessar que aquela ladeira me matou!!! rsrs!!! Brincadeiras à parte quem tiver o interesse dêem um molhada no livro "O Colecionador de Pedras" de Sergio Vaz e no blog:
http://www.colecionadordepedras1.blogspot.com/
Gente também me emocionei mto no dia 10/10. Foi mto bom estar com vcs. É assim mesmo vamos ousar desse jeito com arte!!!! Valeu. Aí vai o poema meu que o Edu recitou, ficou mto bom mesmo na voz dele, que até comecei a gostar dele... rsrs... Um abraço gente. Boa semana a Todos. E vamos continuar ousando com Arte!!!!
INESCREVÍVEL
(Samuel Macário)
Tarde intensa,
tarde das tristezas,
tarde de ressacas, elos, arames.
O que fora escrito na areia
apagou.
Palavras mudas descrevem
tudo que sou,
palavras assombradas em casas vazias.
Corpo molhado
que a toalha não enxuga,
gotas no telhado
resultado seguinte à chuva.
Poema. Poema contido, enterrado, pisoteado.
Poema sem certeza de sê-lo
sem dizer abslotumante nada,
transbordante e ínvalido.
Poema em tudo que não consegue escrever,
poema que descreve essas
feras aladas, bocas caladas
que por certo queriam dizer
mas preferiram ser guardadas
em gavetas.
Valeu Galera por tudo!!!
(Samuel Macário)
VOCÊ É UM POETA
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