quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Apresentando - Michel Manson - tome nota!!!


Conheci esse cara recentemente. Assim, meio que na moral, chegou aos Encontros de Arte e Literatura do Espaço Cultural Carlos Marighella. Falava pouco, mas, depois, revelou sua paixão pelas artes visuais, seu desejo de se tornar fotógrafo e, recentemente, após muita insistência, desengavetou alguns ótimos poemas.
A temática, como vocês verão, está muito marcada por um universo gótico. Algo de esotérico ronda a sua escrita, a morte, a noite e os seres invisíveis... tudo isso costurado em um formato romântico, bem ao gosto dos poetas malditos de outrora.

Espero que apreciem o teor insólito das poesias.

(Edu)



A Sepultura

se por noite cheia de assombros um bom cristão,
todo apiedado, enterra sob velhos escombros
o teu corpo tao celebrado
na hora em que as límpidas estrelas cerrarem olhos de miosotis
a aranha aqui fará as teias
e a víbora fará os filhotes
ovirás, toda a temporada,
tua fronte condenada,
livros de lobos em solidões
e os dois feiticeiros famintos,
e o dos velhos cheios de instinto
e os viu nos olhos dos ladroes.
(Michel Manson)

***

Na noite sou livre
No vazio de toda noite
Me sinto tão livre, tão liberto
Não preciso mais daquela foice
Agora estou com a mente aberta

A lua em silêncio me observa
A brisa leve toca meu rosto
Esse é o paraíso que me reserva
A parte de minha vida que tenho gosto
Não tenho medo da morte
(Michel Manson)

2 comentários:

Samuel Macário 8 de outubro de 2009 às 21:38  

Ae esse muleke eh meu menino, gosto deles pacas... Remete aos poetas góticos do byronismo mal do século mto bom. Sem falar que ele curte The Cure e Radiohead... Admiro a luta desse garoto!!! Viva a arte!!! Ousadia!!! Um salve para a ousadia com Arte. Abraços (Macário)

Anônimo,  16 de outubro de 2009 às 17:21  

Os Encontros de Arte e Literatura foram para mim um impulso ao desejo de expressão, algo incontrolável no ser humano, nunca se esgota, apenas se inibe às vezes.
Unir todos estes anseios, manifestados em várias linguagens artísticas, num Espaço que compreende que o avanço na consciência política dos sujeitos é necessário para alcançarmos um mundo mais coletivo e justo, já aponta, por parte do grupo, algo muito além de passar tardes entrelaçado em poesia e arte.

Isso é muito bom!

Um poema intimista...

Pela noite

Não foi em vão. A noite me entregou à aspereza de peles jamais sentidas. E senti como se estivesse envolvido em seda pura seda. Choques, arranhões, opostos em atração. Felinos aprendendo a amar, encontrando prazer no que, até então, era censura.

Fabio Pinheiro

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