domingo, 25 de outubro de 2009

Ditadura Militar - notas sobre a atividade de ontem



Ontem tivemos uma tarde extremamente rica. O intuito era apenas um debate visando retomar fatos vivenciados durante os anos em que os assassinos e torturadores roubaram o poder do povo. Esse tempo iniciou-se em 1964. Até então o Brasil vivenciava uma era de consolidação da democracia e da participação popular, e o presidente de então, João Goulart, encaminhava propostas no sentido de dividir a terra (reforma agrária), educar e alfabetizar o povo e rever pontos fundamentais na economia e na sociedade brasileira. Isso significava mais poder para o povo, possíbilidade de redução da pobreza, e um direcionamento político à esquerda. Isso assustou os velhos ratos do capitalismo. Orquestrado e orientado pelo governo estadunidense, o golpe militar derrubou João Goulart e instalou um regime que retirou os direitos políticos da
população e sangrou o Brasil, deixando até os dias de hoje feridas abertas em nossa sociedade.

A atividade iniciou com a leitura do poema "Dentro da Noite Veloz", de Ferreira Gullar. Este
poema trata, entre outras coisas, da morte de Che Guevara e da interferência dos lacaios ianques na política latino-americana.

Mas o que emocionou a tarde foram os depoimentos marcantes de Mário Barba. Esse comunista histórico nos relatou parte de sua vida, a repressão do governo e a tortura. Seu pecado? Lutar por liberdade e justiça.

Choques elétricos e espancamentos, essas eram as formas que o governo militar utilizava para dialogar com trabalhadores, estudantes e artistas. Tempo este em que surgem formas de enganar o povo (a Rede Globo foi um presente da ditadura para enganar o povo), e outros se fortalecem (como os nossos jornalecos, Folha de São Paulo e Estadão).

O ano de 1985 marca o fim do regime militar, mas não nos dá uma democracia que vá além do voto. Ainda vivenciamos tortura, miséria e o silenciamento dos mais pobres.


Mário Barba continua lutando e nos traz a memória dos camaradas que tombaram. Cabe a nós mantermos essa história viva.


E nós manteremos.

(Edu)

1 comentários:

Anônimo,  26 de outubro de 2009 às 20:38  

Caros participantes do " Rebeliarte" do Espaço Marighella,quero registrar minha satisfação e alegria com o encontro que houve no sábado, dia 24/10/09. Concordo com o comentário a respeito do companheiro Mário Barba, grande lutador socialista que contribui dioturnamente com a construção de um mundo justo e igualitário. Espero que este companheiro sirva de referência, não só no discurso, para os diversos atores sociais que estão surgindo e depositando suas energias mais generosas para, conosco, construir uma alternativa cultural e a luta do povo. Que não pairem dúvidas, este comentário é provocativo e tem a intenção de estimular a reflexão sobre a necessidade de fortalecermos nossas trincheiras no bom combate que travamos contra as injustiças e desigualdades neste país.
Serginho (Coordenador do Espaço Marighella e professor de História da EE Pedro Taques - Guaianases)

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