segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Sobre Literatura marginal e Literatura periférica

Hoje não era o meu dia de blogar, mas como meus posts estão atrasados, vou postar hoje mesmo!

Nos trajetos de ida e de volta entre casa e o espaço Carlos Marighella, eu e o Edu discutimos algumas coisas sobre o que é literatura marginal, qual a relação dessa literatura conosco e se de fato o que fazemos é literatura marginal. E as respostas foram: Sim e Não.
Afinal de contas o que é essa tal literatura marginal?
A literatura marginal que tem sua maior força nas letras do RAP, forte em algumas grandes metrópoles do país (principalmente em São Paulo), caracteriza-se pela seu forte teor de crítica social e reflexão sobre o viver e a realidade das periferias, o dia-a-dia do morador da periferia permeia as letras musicais e recentemente tem havido publicações de poesias e romances ( com Ferréz, Akins Kinte, Sacolinha etc.) "marginais", mas não é exatamente isso que faz uma obra literária ser propriamente marginal.
Primeiro, qual é o significado da palavra marginal?
Marginal é tudo aquilo que está à margem, às beiras. E o que dentro da literatura marginal pode ser considerado à margem de algo?
O vocabulário carregado de gírias está à margem do vocabulário das grandes publicações.
A temática: o crime, as condições de vida, o ser humano da periferia estão à margem da sociedade. À margem por que encontram-se afastados empurrados para longe, logo, para as beiradas, para longe dos grandes centros. Daí então a justificativa para o nome: Literatura marginal. Uma literatura que fala de coisas que estão à margem, com um vocabulário que está à margem do grande olho do furacão da produção literária.
Outra coisa é literatura de periferia, é possível se produzir literatura na periferia sem ser literatura marginal, o que faz a literatura ser de periferia é ela ser produzida na periferia por pessoas da periferia, falando sobre a periferia ou não. Isso é literatura periférica.
A literatura marginal é literatura periférica, mas literatura periférica nem sempre é literatura marginal.
Na realidade a idéia inicial do nosso projeto era estimular a arte de periferia e não unicamente a arte marginal.
Espero ter conseguido esclarecer as diferenças! (rs)
E viva a literatura e a arte de periferia sendo marginal ou não.
E que através de nossa arte nosso grito calado seja ouvido.

[Euber Ferrari]

2 comentários:

Eduardo Kawamura 16 de outubro de 2009 às 18:38  

Concordo com as ideias, mas e se alguém disser que vc tá fazendo literatura de playboy? Comé que fica, mano?

Euber Ferrari 1 de novembro de 2009 às 13:24  

Eu acho q se vive a margem, deve-se assumir esse posto... mas se o cara prefirir fazer literatura de playboy... assuma isso e se vira! Literatura de Playboy é Harry Potter, Crepúsculo e essas merdas... todas as outras formas de arte são livres e do povo e quando nós dominarmos isso aí a gente vai ver quem manda nessa porra!

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